sexta-feira, 2 de março de 2012

Para pensar...

 Que homem é esse?

        Ele nasceu entre os homens, poucas referencias temos de sua infância, algumas que foram desprezadas por aqueles que se intitulavam os donos do saber e que se acharam na condição de determinar o que era válido e o que não era, mas que na realidade estavam satisfazendo suas próprias ideias.
        Da adolescência, temos praticamente nenhuma referencia, talvez algum historiador arrisque algum fato, mas que a maioria desconhece. O que sabemos mesmo, ainda assim devemos procurar o significado  na essência das palavras deixadas aos seus ouvintes, sim ouvintes, pois nada deixou escrito, talvez sabendo da condição e da capacidade humana de distorcer o significado das palavras em proveito próprio. Então falava por códigos, usava símbolos, se comunicava por parábolas.
        E para compor sua trajetória, o homem se utilizou de fabulas, criou alegorias e por fim dogmas, para assim se tornar donos  de um  modo de conduzir os que creram nas palavras do nazareno, apossando-se de palavras que não eram suas e as conduzindo conforme seus interesses mais mesquinhos.
        Um império foi formado, todos aqueles que não comungavam com aquelas ideias forjadas por aqueles homens, eram afastados de todas as formas possíveis ate mesmo com a morte. E ele a tudo assistiu, não interviu pois, ciente que seu pai em um ato de suprema misericórdia dotou o homem com o livre arbítrio, mas também o admoestou da responsabilidade que isso trazia, tens o direito de escolher teu caminho, tuas ações. Mas responderas também pelas causas que vierem de tuas escolhas, sofrerás a ação dos efeitos, ou seja todas as ações terão as reações, ou ainda, colherás o que plantares, frutos bons ou maus, dependerá das tuas escolhas.
        E o homem prendeu-se em teias tecidas por ele mesmo, teias de egoísmo, orgulho, ódio, inveja, violência, destruição. Tantas foram as causas e tantos sofrimentos impuseram, que suprimiram os atos dos que utilizaram a liberdade para espalhar o bem.
Mas aquele ser inundado de amor e piedade, deixou-se martirizar no madeiro infame para satisfazer as hordas de maldade que dominava a terra naqueles tempos, mas não sem antes deixar um caminho traçado com sutilezas tantas que para uns era um caminho estreito, e para outros era um caminho invisível, ou talvez inadmissível pois ia de encontro aos prazeres que os vícios e a ganância proporcionavam a aqueles corações insaciáveis.
        Mas ele como um bom semeador, plantou uma semente que germinou em corações férteis, corações que conseguiram captar as nuances mais sutis encontradas nas suas mensagens, e como ele saíram a semear. Muitos não foram compreendidos, foram rechaçados, martirizados pagando com a própria vida, pois a mensagem que levavam feriam de morte o orgulho que dominava o peito daqueles homens, não admitiam palavras que lhes exortavam a serem mansos, humildes, caridosos, misericordiosos, palavras que lhes falavam de um amor que não conseguiam compreender, um amor tão grande que lhes feriam os ouvidos, que nivelavam os homens.
        Não, não podemos admitir isso, como pode um simples servo ser igual ao seu senhor? De modo algum. Então criaram as religiões, e dentro das religiões criaram as hierarquias, os títulos, e por conseguinte o poder da igreja tornou-se quase igual ao do supremo criador, pois decidiam que viveria e quem morreria, esqueceram das palavras ditas pelo carpinteiro, e jogaram-se de encontro com as riquezas que os cargos proporcionavam, ornaram-se de ouro e prata esquecendo da humildade pregada na mensagem, enquanto multidões sofriam sob o açoite da fome e da miséria, caindo no esquecimento a máxima que diz amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
        Sucederam-se os mandatários, surgiram seitas as quais também deram o nome de religiões, religiões essas que se multiplicaram, pois cada cocheiro quer levar sua carruagem pelo caminho que mais lhe convém. O homem cumprindo o que o pai determinou, multiplicou-se sobre a terra, séculos passaram, a semente frutificou mas sempre sufocada pela imprevidência de que os homens são dotados e que os levou ao estado de mortos vivos dos nosso dias. Muitos deixaram de crer, devido aos desmandos cometidos em um santo nome e ao longo dos séculos até os dias de hoje. E devido as atitudes dos orgulhosos que sempre se intitulam os donos da verdade, ainda crucificam aquele que em nada pecou, mas que se fez de cordeiro sacrificando-se para que o ser humano pudesse perceber o quanto seu egoísmo cria abismos em sua jornada sobre o orbe a caminho da evolução moral.
        O pobre homem de hoje, segue não mais o pastor de Nazaré, mas as vicissitudes que o leva ao abismo. A ânsia pelos bens matériais em detrimento da vida espiritual, os levam as doenças do espirito e da carne, as somatizações das frustações, da inveja, da ganância levam os homens a se depararem com doenças degenerativas que afetam não só o campo material, mas também atingem gravemente o campo espiritual, causando grandes males que poderiam ser evitados se fossem seguidos os caminhos que o amor indica.
        E para nos admoestar sobre as dificuldades que poderiam advir das ações impensadas e egoísticas, nosso mestre então deixou a mensagem denominada de Sermão da montanha, o qual podemos confirmar ao prestarmos a atenção nos acontecimentos que nos rodeiam, gerações perdendo-se no vício das drogas, dificuldades de ordem social e política ao redor do planeta, a natureza cobrando o desrespeito com a vida motivado pela ganância, a inteligência a serviço da destruição de vidas ao invés de avançar em caminhos mais construtivos, mas ainda assim ele ama a humanidade com intensidade tal, que anseia pelo tempo em que o homem irá procurar as respostas não mais em caminhos efêmeros, mas sim dentro de si mesmo, e assim e por fim perceberá a importância dessa verdadeira lei de amor que diz : Amarás o senhor teu Deus com toda a tua alma sobre todas as coisas, e ao teu próximo como a ti mesmo, todo o ensinamento de todos os tempos estão contidos nesses dois preceitos.
Um amigo

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